segunda-feira, 12 de abril de 2010

No Brasil prevenção é utopia

A tragédia que acometeu a cidade do Rio de Janeiro na semana passada revela a fragilidade do modelo administrativo brasileiro. Por aqui a palavra prevenção mais parece utopia. Isso porque tal trabalho, cujo resultado não é tão vistoso, ainda gera insatisfação da população. Porquê? Vamos entender o caso do Prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira. Ele executou, durante seus quatro mandatos, obras de melhoria na comunidade mais atingida pelas chuvas, o Morro do Bumba. Tais medidas garantiram a ele aprovação da opinião pública. Moradores daquela comunidade pediram asfalto, creche, posto de saúde e até escola no lugar onde, 15 anos antes, havia um lixão.

O resultado era uma comunidade feliz, com infraestrutura acima dos padrões de muitas favelas brasileiras, mas instalada em um área de risco permanente.

Mas, se Jorge Silveira tivesse feito a coisa certa? Vidas poderiam ter sido salvas! Em compensação tal ação era certeza de insatisfação da comunidade. Famílias seriam removidas, dinheiro público seria gasto para isso e talvez alguns burgueses ou ainda vereadores encrenqueiros, cuja linha ideológica se baseia no "faça por mim e pelos meus, os outros que se danem", criticassem a atitude do Prefeito Fluminense.

A moral da história aqui esta na analise das consequências. No amargo sabor da ação impopular que resulta na melhoria de vida da população, mesmo que a longo prazo.

Ao fazer aquilo que deve ser feito, levando em conta a reação da opinião pública, governante algum sai do lugar. Nem sempre a população, a grosso modo, sabe o que é melhor. Para a comunidade do Morro do Bumba o melhor era fazer a comunidade crescer, se desenvolver. Eles queriam rede de esgoto, asfalto, quadra esportiva... Isso era como dar doces para crianças que, ao adoçarem o paladar, sorriem, festejam, retribuem o presente com muito amor.

Já a medida correta soa como salada de aspargos sem sal: "eca!" diriam as crianças a mesa.

Porém, o amargo remédio sria a cura certa daquela ferida aberta há 15 anos e que, na ultima semana, resultou na morte de dezenas de pessoas.

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